Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 15.1.12
Neste semestre estou a ler a Bíblia, novamente, na Linguagem de Hoje. Nestes dias concluí Lucas. Notei como ele mostra Jesus em conflito com a liderança judaica e com os grandes temas do judaísmo. Ele se atrita com os fariseus e exibe absoluto desinteresse pela guarda do sábado. Mais de uma vez Lucas o mostra transgredindo o sábado, bezerro de ouro do judaísmo e de seitas cristãs. O templo, o sábado e as festas judaicas não o atraíam.
A última menção de Lucas ao sábado é em 23.56: “E no sábado elas descansaram, conforme a Lei manda”. No versículo seguinte, surge outro dia: “No domingo bem cedo…” (24.1). É quando o mundo vai mudar. Jesus ressuscitou. E segue: “Naquele mesmo dia…” (24.13). E outra aparição dominical de Jesus (“Enquanto estavam contando isso, Jesus apareceu…”- 24.36). O último sábado de Lucas é um dia de tristeza. O domingo é o dia de alegria. Desde então, o domingo é o dia do Senhor, guardado pela igreja. Ela se reunia neste dia para celebrar a ceia (At 20.7) e separava as ofertas (1Co 16.2). “O Didaqué”, obra cristã datada do primeiro século, espécie de catecismo da igreja primitiva, exorta os cristãos a se reunirem no domingo (Didaqué 14.1). Não é verdade que Constantino mudou o dia de culto e forçou as igrejas a aceitá-lo. Tal afirmação é ignorância histórica e má fé. Ao adotar o cristianismo, Constantino oficializou na esfera civil o que os cristãos haviam feito na esfera religiosa. O domingo é marca cristã.
A guarda do domingo não sucedeu por causa de Constantino. Na epístola aos Magnesianos (datada do ano 107), Inácio de Antioquia declarou, em 9.1: “Assim os que andavam na velha ordem das coisas chegaram à novidade da esperança, não mais observando o sábado, mas vivendo segundo o dia do Senhor”. Os adventistas fazem grande alarido pelo sábado, devido ao ensino da Sra. White. Segundo um ex-adventista, a assembléia da Igreja Adventista do Sétimo Dia, em Dallas, Texas, EUA (em 1980), declarou-a como “inspirada no mesmo sentido em que o são os profetas da Bíblia” e que, “como mensageira do Senhor, seus escritos são uma continuação e fonte autorizada de verdade…”. Eles seguem sua papisa.
O domingo é o dia do Senhor. Não é dia de churrascos, de idas a pesqueiros, sítios e banhos. É dia para ser dedicado à adoração comunitária, ao congraçamento com os irmãos. Não é para gastar em deleites, mas para uso na obra de Deus. Voltaire, pensador francês, combatedor do cristianismo, disse: “Para destruir o cristianismo é preciso destruir primeiramente o domingo”. Algumas seitas combatem o domingo, mas alguns cristãos destroem-no com sua conduta no domingo.
O domingo não é seu, meu irmão. É o dia do Senhor. Use-o para o Senhor. Congregue-se, sirva, regozije-se com os irmãos. Não o profane.