Pr. Isaltino Gomes Coelho Filho
Pastoral do boletim da Igreja Batista Central de Macapá, 23 de setembro de 2012
No livro Automotivação, alta performance, de Zig Ziglar, há um capítulo intitulado “Pessoas e propósitos”. Ziglar, batista e professor de EBD em sua igreja (de 22.000 membros), fala da necessidade de amigos, mostrando como bons relacionamentos ajudam, inclusive, na recuperação médica.
Ele cita o poeta inglês John Donne que disse que “Nenhum homem é uma ilha” (título de um romance do austríaco Mario Simmel). Diz que, infelizmente, há pessoas que se trancam e fazem questão de não ter amigos. É vero. Algumas parecem trazer um letreiro na testa: “Não se aproxime”. Zig entende que algumas dessas pessoas se frustraram com outras, por isso querem distância. E cita um provérbio: “Quem procura um amigo sem imperfeições jamais terá amigos”.
Relacionar-se é arriscar-se. Mas vale a pena. Fechar-se é pior. Disse Vitor Hugo: “Se não queres sofrer, guarda teu coração em cofre de ferro e não o dês a ninguém. Mas neste cofre ele minguará e tu serás infeliz”. Talvez todos tenhamos nos decepcionado com alguém. Mas é certo também que amigos nos enriqueceram. E que tenhamos falhado com pessoas que esperavam de nós. Também podemos ser maus amigos, em ocasiões. Mas todos nós já fomos bons amigos.
Ziglar é um empresário bem versado em Teologia e faz uso acertado da Bíblia. Ele mostra que Deus nos fez pessoas sensíveis, necessitadas de relacionamentos. É verdade. E Deus se propôs a ser nosso amigo. Ele chamou um homem, Abraão, de “meu amigo” (2Cr 20.7 e Tg 2.23). O Deus que se basta, que é autossuficiente, quis um homem como amigo. Para isso lhe fez uma exigência (escolher amigos é um ato seletivo): “Anda em minha presença e sê perfeito” (Gn 17.1).
Jesus tornou seus seguidores em amigos. “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas chamei-vos amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos dei a conhecer” (Jo 15.15). Ele viveu entre pessoas, e não em meditação transcendental, alienado de gente.
Amigos podem decepcionar. Davi se frustrou com Aïtofel, que o traiu e se bandeou para Absalão (Sl 55.13). Mas Jesus é o amigo que não falha nem decepciona. Merece confiança. Pode não aceitar nossa conduta, mas não nos rejeita. Mesmo que o frustremos, ele não nos deixa de lado, e nos restaura. Pedro foi um mau amigo. Falhou com ele, mas ele confiou a Pedro o pastorado das ovelhas, dando-lhe três vezes a tarefa (Jo 21.15-17).
Havia um folheto evangelístico de larga circulação intitulado “Ele quer ser seu amigo”. É verdade. Ele quer ser seu amigo. Quer sua companhia. Aceite-a, ande com ele. Jesus é o amigo que não falha, não decepciona, restaura e sempre faz bem. Ah, em tempo: ele é o amigo perfeito.